quinta-feira, 27 de maio de 2010

Inadmirável Inteligência

Desde o momento em que ensaiamos nossos primeiros passos, tem início um sutil e inconsciente movimento de inibição de nossa criatividade natural. Primeiro em casa, depois na escola e no trabalho, somos instados a andar em terreno já conhecido, seguir a tradição e não “fazer marolas”.Este processo tem seu lado positivo, pois a vida em sociedade requer a observação de certas regras e costumes. No entanto, traz um efeito secundário pernicioso: o lento, mas inexorável, bloqueio de nossa engenhosidade,criação e inventividade frutos de um nível de inteligência elevado.Vivemos numa época de grandes oportunidades geradas pelas mais diversas situações, seja pelos avanços tecnológicos e mudanças sociais e econômicas, seja pelos problemas que nos afligem e que pedem soluções inovadoras. Enxergar e aproveitar essas oportunidades exige uma combinação de conhecimentos, Curiosidade, flexibilidade mental e a disposição para experimentar e correr riscos.

O desenvolvimento da criatividade requer que abandonemos nossa zona de conforto e nos libertemos dos bloqueios que impedem o pleno uso de nossa capacidade mental. Temos que “perder o medo de voar”. Acredito que todos nós, cada um a seu modo, somos capazes de realizações criativas em alguma área de atividade. Para isso, é necessário contar com as condições certas e com o acesso aos conhecimentos e habilidades apropriadas. Nem sempre a criatividade resulta de um esforço intencional para se criar algo novo, como nos casos da lâmpada elétrica e do telefone. Uma invenção, ou a solução de um problema, pode nascer da observação de um evento fortuito, inesperado. Nestes casos, a criatividade surge de uma mente atenta e aberta, capaz de perceber e extrair do evento fortuito um conceito novo e original. As melhores ferramentas de criatividade são uma mente extensa e olhos e ouvidos atentos, aqueles que mantêm uma atitude de curiosidade e de experimentação criativa, percebem com clareza e agilidade as oportunidades que surgem à sua frente tornando-se inventivos por mera conseqüência.

Da observação do mundo à sua volta, o inventor identifica um princípio que pode ajudá-lo na solução de seu problema. Isola este princípio e tenta desenvolver idéias que resolvam o problema. Testa essas idéias e seleciona as mais promissoras. Os inventores são pessoas que combinam duas habilidades fundamentais. A primeira é a de identificar oportunidades nos problemas ou nas coisas que não funcionam bem e precisam ser melhoradas. Esta habilidade pode também funcionar no sentido inverso: a pessoa tem uma idéia e procura uma oportunidade para usá-la. A segunda habilidade é a de olhar a sua volta e identificar princípios que podem ser extraídos de eventos naturais ou de objetos existentes e aplicá-los à solução de problemas.

É errado fazer sombra a alguém numa conversa social. Assim como um grupo de senhoras burguesas bem casadas boicota automaticamente a entrada de uma jovem mulher bonita no seu círculo de convivência, por medo de perder seus maridos, também os encastelados inteligentes se fecham como ostras à simples aparição de um criativo que os possa ameaçar. Eles conhecem bem suas limitações, sabem como lhes custa desempenhar tarefas que os mais dotados de criatividade realizam com uma perna nas costas, enfim, na medida em que admiram a facilidade com que os mais inventivos resolvem problemas, os inteligentes os repudiam para se defender. É um paradoxo um tanto avassalador.

Infelizmente temos de viver segundo essas regras absurdas que transformam a inteligência numa espécie de elevado nível social, deixando de lado os apetrechos que mais importam: Criatividade e inventividade. Dentro desse raciocínio, que poderia ser uma extensão do elogio da Criatividade, somos fadados a admitir que uma pessoa precisa ser muito mais que inteligente se quiser vencer na vida. Embora não seja nada criativo, aquele velho e famoso “clichê” é indispensável nessa citação: “Ser inteligente é para os fracos, bom mesmo é ser Inventivo”. Tais subsídios, criados dentro da doutrina inteligível de qualquer situação, é meramente conseqüência de atos criativos e inventivos.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Querer

Não sei porque ainda me surpreendo com o nível da minha indecisão. Acordo certo de querer uma coisa e me programo completamente para ela. Vou tomar banho e decido que esse querer não faz sentido, que eu não devo e, portanto, não quero mais. Depois, vou no ônibus de casa para a faculdade e fazendo na cabeça uma lista de prós e contras do meu querer, me coloco em outros lugares, imagino situações e tudo mais, então, não consigo mais decidir se quero ou não quero. Agora, o querer dura um minuto. No seguinte, já não quero mais. Para no terceiro minuto, estar querendo muito de novo e já não saber como cogitei não querer. Daqui a pouco, sei que já não quero de jeito nenhum, que não tem nada a ver. Isso sucessivamente até não se sabe quando. Nesse instante que escrevo isso não sei mesmo se quero ou não esse algo que acordei querendo tanto. Como pode? O pensamento bem que podia mudar o rumo e ficar logo quieto e feliz com uma decisão. Esse disco já está é arranhado. Como será um exercício de ser menos? Sei que não adianta dizer que é refletindo, porque quanto mas eu reflito sobre algo, mais dúvidas me aparecem. O que me assegura é que entre o querer e o não querer eu fico com o NÃO QUERER (Tirando o QUERER o resto é tudo mentira).

segunda-feira, 10 de maio de 2010



” (…) já está no terreno de quem pensa que tudo o que não é fotografado é perdido, que é como se não tivesse existido, e que então para viver de verdade é preciso fotografar o mais que se possa, e para fotografar o mais que se possa é preciso: ou viver de um modo o mais fotografável possível, ou então considerar fotografáveis todos os momentos da própria vida. O primeiro caminho leva à estupidez. O segundo, à loucura. “
Ítalo Calvino.

sábado, 8 de maio de 2010

O Seu céu

Na maioria das vezes a gente tem que deixar o que mais nos deixa feliz só pelo simples fato de que a recíproca pode não ser verdadeira. Uma pessoa que te faz tão bem, que te completa, mas que você sabe que não é exatamente ali que ela deveria estar. Dói abrir a mão e deixar o balão subir, mas vai que isso é o melhor pro balão? Amar também significa ponderar, analizar, perceber que o que importa é que a pessoa que você ama seja feliz. Você ser feliz é mera consequência.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Tem dias que eu fico, pensando na vida...

E sinceramente, não vejo saída(…) Já disse muito bem meu querido Vinicius de Moraes em suas letras. Confesso que hoje não é um dia muito favorável para textos, ainda mais se ele for o primeiro texto do seu blog, desabafos ou coisas assim. Hoje é aquele fatídico dia, em que eu com certeza mais me desfavoreceria do que me favoreceria. Usando apenas minha memória curta dos acontecimentos recentes e esqueceria outros tantos fatos que me favoreceram. Ok, tudo bem, eu sou de carne e osso, tenho defeitos, qualidades, virtudes, falta delas. E tenho Direito de ficar chateado com algumas coisas. Confesso que desacreditar em uma coisa que você acreditava dia após dia é realmente enlouquecedor. Eu no caminho pra casa, vim me lamentando, pensando nas milhões de coisas e possibilidades que eu ainda poderia aproveitar no futuro (IM)possível e (IM)provável . É como tomar um banho de água fria, quando você tá no topo de um puta tesão!!! Acaba com toda graça, perde aquele ânimo todo. Mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto, nada que um bom banho, minha cama e um momento pra refletir sobre os últimos acontecimentos e sobre toda essa confusão que estacionou na minha cabeça todos esses dias, pra me fazer entender algumas coisas.

Primeiro de tudo, é que eu entendo que eu não tenho do reclamar. Sim, eu posso ficar chateado, mas nada além, tenho uma infinidade de coisas pra me orgulhar e agradecer, do que pra reclamar. Segundo que eu já vivi aproximadamente 240 meses de vida, então dizer que esses últimos 6 meses foram os piores(embora seja), seria no mínimo um ato leviano meu. Terceiro o medo de criar um blog era justamente esse: depositar toda uma carga de nostalgia e frustrações dessa minha vida corriqueira. Voltando a música do Vinicius de Moraes, já o próprio titulo da música já soluciona boa parte dessa confusão mental, se chama “Sei lá… a vida tem sempre razão”